Quinta-feira, 21 de Agosto de 2008
pouco mudou no tema das conversas
Aproveitando o fresco da noite, João Trovão e Maria Relâmpago, dão um pequeno passeio, sentam-se num bar e tomam uma bebida refrescante, olhando de relance para a televisão e escutando os zunzuns das mesas mais próximas, Maria observa:
- Já viste isto? Como a vitória de Nelson Évora, alterou os temas das conversas …
- Pouco se nota …
- Pouco se nota? Então ainda ontem crucificavam os atletas portugueses que estão ou estavam em Pequim … e hoje já parece que são deuses, até mesmo a comunicação social é reflexo dessa alteração!
- Foi uma alteração muito, mas mesmo muito ligeira … de tal maneira que ao tema mais abordado ultimamente só tiraram um “a” e um “s”.
- Como assim? – Pergunta Maria, indignada com as observações de João.
- Querida! As alterações são tão ligeiras que ainda ontem as televisões enchiam os noticiários com os assaltos e hoje enchem com o triplo salto!
Domingo, 7 de Outubro de 2007
Mesmo que não sintonize a RTP ... está a pagá-la ... e bem paga!...
No frenesim matinal das zonas metropolitanas pontuam os ardinas que procedem à distribuição dos jornais gratuitos. O aparecimento destes jornais, bem assim como a divulgação de notícias online que adveio do desenvolvimento da internet e os mais antigos, mas que não deixam de pertencer à história contemporânea do nosso país, surgimentos das rádios e televisões privados, operaram um conjunto sucessivo de revoluções no universo da Comunicação Social.
Essas revoluções vieram influenciar de forma decisiva os antigos órgãos de comunicação no conteúdo e na forma como apresentam a informação, ao ponto da Comunicação Social atingir o estatuto de “poder”.
Todavia omite-se que esse poder, à semelhança do poder político e do poder judicial, é facilmente subjugável ao poder económico. Essa subjugação efectiva-se numa pressão sobre os jornalistas, sobre as direcções de informação e sobre as próprias direcções. Só com base neste dado é que se compreende que acontecimentos ou informações importantes sejam omitidos enquanto que outros que nenhuma importância têm sejam repetidos de forma incessante.
Nessa grande quantidade de informação que chega ao grande público e no realce exagerado que é dado a um número restrito de notícias e que leva a que outras passem sem que lhes seja o devido valor, passou um apontamento que julgo ser de grande interesse para muitos portugueses e que foi publicado no passado dia 12 de Setembro (de 2007) na página 12, na Rubrica “10 Segundos” do Jornal Diário Gratuito Destak (Edição de Lisboa) e que passo a transcrever.
CONTRIBUIÇÕES AUDIOVISUAIS Cada português paga 36 euros mensais à RTP Cada português paga, em média, 36 euros mensais à RTP. Contribuições do Estado e dos consumidores de electricidade, que pagam uma contribuição audiovisual, estarão na origem de grande parte das receitas da estação pública de TV. Note-se que, entre 2003 e 2006, a contribuição audiovisual aumentou 41%. |
Se outros motivos não houvesse, só este chegaria para justificar um maior grau de exigência dos portugueses face aos programas e seus conteúdos apresentados pela Rádio Televisão Portuguesa.
Terça-feira, 18 de Setembro de 2007
... 760 tantos tantos ... e verás o milagre ... do dinheiro a voar ...
Por trás dos passatempos ditos de interactivos e de outros programas em que se apela incessantemente aos telespectadores, para que estes liguem para um número iniciado por 760, sem que haja a devida divulgação dos regulamentos ... há uma mensagem escondida ou omissa a que convém estar atento e que assenta mais ou menos no seguinte conceito:
Telefona ... Liga 760 tantos tantos
dá cá 60 cêntimos mais IVA! ... Sem medo ...
É assim que nós e o Estado ... enchemos o bolso
enquanto tu ... ficas a chuchar no dedo!
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Quarta-feira, 5 de Setembro de 2007
Continuam ...
Maria Relâmpago ligou o televisor, mas logo comentando para João Trovão:
- Deixa cá ver qual é a noticia choque de hoje ...
- Isso é pessimismo ou má língua?
A pergunta de João levou a que Maria explica-se: - Querido, a necessidade absoluta que as televisões têm de preencher a sua grelha de programação com séries, mini-séries, telenovelas, concursos e futebol, agregada ao facto dos boletins noticiosos passarem grande parte do tempo a escalpelizar determinadas notícias, emitindo pareceres, julgamentos precoces, ideias e pensamentos diversos, leva a que muitas outras noticias de grande importância sejam omitidas ou sejam somente alvo de uma informação dada a correr ou que passa em rodapé.
- Há alguma noticia de que tenhas tido conhecimento, que tenha sido esquecida?
- Olha, por exemplo, uma das noticias que não mereceu tempo de antena para que se debatesse o seu conteúdo foi transmitida no passado dia 17 de Agosto (de 2007) e mencionava que as companheiras dos militares Dinamarqueses que se encontram no Iraque, estão a receber chamadas telefónicas, com ameaças, alegadamente efectuadas por membros da Al-Qaeda ou de forças da guerrilha Iraquiana, a existência dessas chamadas terá mesmo levado ao regresso à Dinamarca de alguns dos militares que estavam a cumprir serviço no Iraque.
- Porque é que achas que ela deveria ser mais debatida?
- É simples, é que fiquei com a ideia que alguém precisou de chamar “burro” a quem ouviu a notícia para conseguir provar que a guerrilha é perigosa. Ou seja, para acreditar que essas chamadas, a terem existido, foram efectuadas pelas forças da oposição interna Iraquiana, é necessário acreditar que os guerrilheiros são mais parvos que os parvos ...
- Porque dizes isso?
- Então se eles tinham a possibilidade de escutar as conversas do militares com as suas famílias e dessa maneira poderem vir a saber pormenores das suas acções futuras no terreno ... iam-se pôr a fazer chamadas para casa dos militares, denunciando dessa forma que estavam a fazer escutas ?... Sabes o que te digo? ... O que isto me faz lembrar é que foi a informação adulterada que serviu de justificação para a invasão do Iraque e como resultado temos que, se com Saddam Hussein morriam inocentes, depois dos Estados Unidos da América terem tomado conta do Iraque têm morrido muitos mais ... e a contra-informação veio para ficar ...