Segunda-feira, 29 de Outubro de 2007
tira o sono a outra mulher ...
São três e meia da manhã e Maria Relâmpago e João Trovão dormem lado a lado.
Entretanto Maria acorda e mexe-se, desta forma o seu corpo toca em João apercebendo-se que este tem o pénis hirto e rapidamente lhe mete a mão pelo pijama adentro e lhe apalpa os orgãos genitais, deixando-se por alguns momentos a agarrar o falo do seu marido, com esse acto faz com que João acorde e balbucie resmungando:
- HuUuMmM ... Hum! ...
Maria estranha o facto de que estando João naquele estado não a tivesse já abordado para se satisfazer sexualmente, algo que ela naquele momento não se importaria mesmo nada e até a poderia alegrar e como tal pergunta:
- Então isto está assim porquê?
Ainda estremunhado, João lá responde:
- Isto o quê?
- Isto! Estás neste excitado porquê?
- Oh! Então eu estava a sonhar que estava a proferir umas palavras sobre a Diana Chaves ... A resposta de João intriga Maria, que logo lhe pergunta:
- Acerca de Diana Chaves? Mas o que é que sabes da vida e carreira dessa modelo e actriz?... tão querida pelo público nacional?...
- Eu disse que estava a falar sobre ela! ... não disse que estava a dizer palavras acerca dela ...
- Nesse caso, o que é que estavas a dizer?...
- Oh! ... Trivialidades e interjeições do tipo «Ah! Ai ... amor! Está a ser tão bom!...», «És fantástica!» ... «Puxa só as perninhas um pouquinho mais para cima!...». Enfim tudo aquilo que qualquer homem pode dizer sobre uma mulher! ... E agora que me acordaste ... estava a pedir-lhe que se virasse para mudarmos de posição ...
Domingo, 16 de Setembro de 2007
... Estábulo?
Tendo Maria Relâmpago ido ao ginecologista, João Trovão, ao fim do dia, quis inteirar-se de como correu a consulta e pergunta-lhe:
- Então Maria ... Como é que correu a consulta? ...
- Tudo normal! ... lá tive que gramar com a visualização de uns programas corriqueiros de televisão, ouvir todo o tipo de comentários sobre novelas, séries televisivas e personagens de origem diversa enquanto folheava umas revistas do tipo “Maria”, “Ana”, “Tv 7 Dias”, “Tv Guia”, "Tv Mais", “Caras”, “24 Horas”, “Lux”, “Flash”, “VIP” e outras que tais ... até que chegou a minha vez ...
- Bem com essa introdução até parece que não tiveste num consultório médico ... parece mais que estiveste a assistir ao vivo a um programa de televisão!...
Surpreendida, Maria Equaciona:
- Ãh? ... O quê? ... Onde é que queres chegar com essa tua observação?
- A descrição que fizeste ... coincide em parte com o que se pode ver por volta da hora de almoço de Segunda a Sexta-Feira no Programa “Fátima” apresentado por Fátima Lopes na SIC, onde um grupo de quatro ruminantes a que é dado o nome de Tertulianos dão à língua num espaço com o nome de “Tertúlia Cor-de-Rosa”. - Mas o que é que acontece nessa tal Tertúlia?
- Essa rubrica é marcada pelo regurgitar frequente de determinados temas em que esses ruminantes, se servem do que escrito nos tabloides que lhes são colocados na manjedoura enquanto a apresentadora, qual campino, encaminha a manada.
- Porque classificas desse modo as pessoas que colaboram nessa rubrica?
Porque é notório que se nuns casos as línguas daqueles ruminantes são usadas para fazerem “botões de rosa” a determinadas estrelas ou vedetas do Jetset nacional, noutros casos aqueles animais com as bocas porcas, marram com fulano e beltrano, só por questões de antipatia pessoal ... chegando ao ponto de colocarem facilmente em causa o bom-nome de pessoas e instituições sem as mínimas preocupações.
- Mas como justificas que eu nunca tenha ouvido dizer que alguém tenha apresentado queixa desse programa? ...
- Só consigo justificar essa situação com o facto da televisão lhes dar o poder de mugirem e desmugirem ... ou então a pouca consideração que merece o seu berrar leva a que ninguém esteja para descer ao nível daquele estábulo só para apresentar queixa contra o teor das berrações proferidas naquela rubrica.
- Então mas achas que isso é motivo para lhes chamares de ruminantes?
- Lógico! ... Quem não quer ser ruminante, não lhe veste a pele!
tags: ana maria lucas,
celebridades,
cláudio ramos,
famosas,
florbela queiroz,
fátima,
jetset,
maya,
ruminantes,
tarologa,
tertúlia cor-de-rosa,
valentina
Sábado, 7 de Julho de 2007
Património Mundial da Humanidade
Naquele dia, Maria Relâmpago chegou a casa com uma revista “cor-de-rosa” na mão e com uma ideia revolucionária na cabeça:
- João! João!!...
- O que é que foi agora? ... Trazes aí mais uma notícia escandalosa?...
- Amor, revista “cor-de-rosa” sem escândalo, não é revista ... mas não é sobre isso que te quero falar! ... é uma ideia que me ocorreu ... e é assim ... se entrou na UNESCO uma proposta para classificar o “Loch Ness” como Património Mundial da Humanidade ... porque é que não fazemos igual pedido para o Jetset Nacional!...?
João Trovão olha para Maria, franze o sobrolho e lá balbucia:
- Como? ... Porquê...? ... Explica lá isso ...
Maria, explica-se:
- Querido! As semelhanças são evidentes, pois, se na Escócia o “Loch Ness” é um lago em cujas águas turvas reina o lendário monstro Nessie, em Portugal o Jetset é um charco em que no seu lodo reina a célebre Lili Caneças ... João Trovão escuta os argumentos da esposa e conclui:
- Hummm! ... Sempre que me lembro de Lili Caneças ... penso que ela vive a vida, tal como se esta fosse um jogo de cartas ... jogou Paus no sítio certo, Copas na altura exacta e Espadas no momento indicado ... e foi assim que ficou com os trunfos todos ... os Ouros ... na mão ... mas, agora que vens com essa conversa ... fiquei com uma dúvida ... será que Lili e Nessie não são duas identidades do mesmo ser?! ... Sendo essa a explicação que faltava encontrar ... e que justifica a dificuldade de encontrar o Nessie na Escócia ...
***
Na busca de informação sobre a vida e obra dessa famosa e célebre personagem do jetset português, colidi com diversos sites em que são apresentados extractos da sua biografia e/ou citações das suas frases mais mediáticas, mas o artigo que me reteve, foi um artigo publicado na Revista Máxima que se encontra disponível on-line em www.maxima.pt/0403/destaque/a02-00-00.shtml. Nesse artigo é feita uma extraordinária análise sociológica da interligação entre a Fama e a Obra em Portugal e no mundo e menciona-se o exemplo de Lili Caneças. Passo a transcrever um extracto do mesmo.
FAMA e OBRA (...) Hoje, a fama é a própria obra e não a consequência de qualquer feito artístico, político, intelectual ou científico. (...) Nos dias que correm, fama não significa notoriedade. Para Teresa Costa Neves, especialista em comunicação e marketing, doutorada pela Universidade de Yale em Teoria da Comunicação, "Lili Caneças é assim o exemplo típico desta nova desregulamentação ética". O país real - as classes economicamente mais baixas, os cidadãos analfabetos, os iletrados, os que vivem do consumo das revistas cor-de-rosa - pensa que Lili é actriz ou pivot televisivo. "Sabe o que isto significa? Justamente a necessidade que as pessoas têm de encontrar reconhecimento para a sua fama, que é tanto mais difícil no seu caso quanto sabemos que esta senhora nada faz senão ir a festas." Estes fenómenos são paradoxais do ponto de vista da análise sociológica, segundo Teresa Costa Neves. "Em geral, o país real nãose importa de colar a ideia que tem de si próprio à representação social de Lili Caneças, por exemplo. A classe média, isto é, o grupo das pessoas que dispõe de habilitações académicas de nível superior ou ocupa os lugares cimeiros das estruturas sociais e económicas, recusa liminarmente esta colagem, transferindo a recusa para o facto de a Lili Caneças representar a construção imaginária da fama sem obra." Carlos Castro, jornalista, especialista no universo social da fama, tem uma outra leitura destes fenómenos. Primeiro, afirma, a "Lili é das figuras mais fulgurantes porque tem um estilo próprio. Possui raça, uma imagem bonita, sabe falar, tem conhecimento de tudo e é uma simpatia para toda a gente. Não há festa que se faça sem que o seu nome não apareça no topo da lista. Tornou-se um verdadeiro ícone do social. A Lili é um caso único, uma vez que na altura - há 30 anos - ela estava em todo o lado, era casada com um homem rico e dava-se ao luxo de viajar por todo o mundo". (...) Fama e obra Por Ana Paula Lemos Ilustrações de José Moreira |
máxima - A revista feminina que lhe diz muito mais |