***** Na família, o chefe é o Pai; na escola, o chefe é o Mestre; no Estado, o chefe é o Governo. ***** No barulho ninguém se entende, é por isso que na Revolução ninguém se respeita. Honra em tudo e por tudo teu Pai e tua Mãe. Não te envaideças do que sabes, mas repara sempre no que fazes. ***** Não invejes os que te são superiores, porque estes têm responsabilidades e deveres que tu ignoras. Para chegares ao teu fim não acotoveles ninguém: ai dos que vencem a custa da amargura dos outros. ***** A tua Pátria é a mais linda de todas as Pátrias: merece todos os teu sacrifícios. Que afortunado, que invejável, não terá de ser o País, onde, desde os palácios até às choças, todos os homens, todas as mulheres e todas as crianças, (sem excepção) souberem ler, e amarem a leitura, e onde em cada casa se encontrar uma pequena biblioteca, não dourada por fora, mas verdadeiramente de ouro por dentro, para o espírito, para o coração, para a saúde e para a fortuna! Estuda e faz-te homem para poderes ter opinião que outros oiçam. ***** Se tu soubesses o que custa mandar, gostarias mais de obedecer toda a vida. ***** Mandar não é escravizar: é dirigir. Quanto mais fácil for a obediência, mais suave é o mando. Respeita a velhice: ela é a depositária da experiência. CASTILHO |
Itinerário Biográfico de um Escritor Cego [Grandes períodos de uma cronologia castiliana] 1800 Nasce a 26 de Janeiro, em Lisboa, numa casa da velha rua da Torre de S. Roque, segundo filho e primeiro varão do médico José Feliciano de Castilho, ao serviço da Corte como inspector de hospitais, e de Domitília Máxima da Silva - matriz familiar de feição tradicionalista, devota e monárquica. «ameno passeio na alva da vida» 1801 - 1809 Infância repartida por Lisboa e seus arredores, nomeadamente na casa dos Azulejos ao paço do Lumiar, ou no bucólico lugar de A-da-Beja para onde a família se afasta por altura da entrada na capital dos primeiros invasores franceses comandados por Junot. Com 6 anos, inicia a instrução primária na «escola de meninos» de mestre Eusébio; no imediato inverno de 1806-1807, vítima de violento contágio de sarampo, fica irreparavelmente cego. «minha débil Musa» 1810 - 1816 Entre 1810 e 1815 frequenta, com os irmãos Adriano e Augusto, a Real Escola Literária do Bairro Alto, onde aprofunda os estudos de latim e retórica; e, a partir de 1816, o Mosteiro de Jesus, onde frequenta aulas de filosofia racional e moral. Desta adolescência, sob a admiração arcádica de António Ribeiro dos Santos e de Agostinho de Macedo, datam os primeiros assomos poéticos em que, para além do muito que permaneceu inédito ou foi destruído, glosa a sentida morte da senhora D. Maria I ou a faustíssima exaltação de D. João VI. «terra dos nossos anos mais floridos» 1817 - 1826 Período universitário passado na região de Coimbra, onde usufrui de benesses régias, conquanto estudante cego. Com ávida participação em récitas públicas (nas quais distribui folhetos) e outeiros estudantis (em particular os da «sociedade dos amigos da primavera» na Lapa dos Esteios à beira do Mondego), não deixa de polemizar em famosas disputas arcádicas entre «bocagianos» (no seio dos quais se incluía) e «filintistas». Entre a abundante produção poética, ditada ao irmão Augusto - com quem estreita, doravante, forte ligação e alguma dependência -, ora canta as auras da liberdade, ora o regresso do rei absoluto, a intimidade solitária ou o amor distante, um receituário primaveril de grupo ou convictos prazeres bucólicos. «neste ermo ignaro, frio, mudo...» 1827 - 1834 Semelhante a uma ascética reclusão, a estadia em Castanheira do Vouga, em plena serra do Caramulo e perto do Buçaco, durante a residência paroquial do irmão Augusto, decorreu longe e desfasada do mais crítico período liberal, que compreendeu o reinado miguelista e a guerra civil. O jovem poeta aprofunda o bucolismo poético e o platonismo amoroso no interior patético de uma choupana que baptiza «templo das musas», a par de estudos iniciáticos de registo romântico que irão colocá-lo numa charneira entre o neo-classicismo e o ultra-romantismo. «o mundo tal qual é» 1835 - 1846 Pronto a substituir os outeiros pelos salões, a reactivar a uma imagem pública de notoriedade, a actualizar a participação política de cuja realidade estivera afastado, o convívio mundano torna-o representante activo e consagrado de uma mentalidade e de uma cultura que procuram predomínio, a que não faltou a adesão à maçonaria. Publica tudo o que tinha preparado antes, reúne e actualiza colectâneas, acede à influência das revistas e jornais sobre um novo público, sem esquecer a sua veia ininterrupta de tradutor. Daí a adesão ou nomeação para inúmeras academias, arcádias, conservatórios e gabinetes; mas, também, as primeiras polémicas e dissensões. «para as sementeiras ulteriores» 1847 - 1855 No prolongamento da fase anterior, a partida para Ponta Delgada, iniciou uma cruzada que só terminará, contudo sem sucesso, no Rio de Janeiro: o famoso método Castilho encontra ambiente na população rural da ilha de S. Miguel, completando a actividade de pedagogo com propostas de associação mutualista e de educação sócio-profissional. Regressado o poeta ao continente, entre polémicas e aguerridas batalhas - por vezes verbalmente violentas -, a sua obra pedagógica procura projectar a sua influência paternalista. «diante das apaixonadas e bulhentas harmonias» 1856 - 1875 Após a morte de Garrett e o exílio de Herculano para Vale de Lobos, chama a si um magistério intelectual sobre a jovem geração que, partindo da revista de poesia O Trovador, julga radicar o seu ultra-romantismo no autor de Os ciúmes do Bardo e de A Noite do Castelo, e encontra na casa deste, a «sua Tíbur», o centro difusor. Transforma este convívio em uma «sociedade do elogio mútuo» e leva aos limites a promoção de um nacionalismo poético - a que não escapa a própria obra, então ampliada e diversificada, de tradutor. O auge da sua influência é-o também da própria decadência: contestado, envolve-se em duras e sucessivas polémicas com uma outra e novíssima geração, de que a célebre «questão coimbra» representa o princípio do fim, não sem a sagração oficial com título de visconde. |
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