Panorama da doença de Hansen em Portugal
Tenho a consciência de que não estamos isolados do resto do mundo, pelo que qualquer doença que exista, deverá ser combatida em todos os países e o facto de ela não afectar os que nos são próximos não é motivo para fiquemos descansados, de braços cruzados.
Por mero acaso tive acesso a uma revista de uma Associação que se diz ter por missão apoiar os leprosos em Portugal e no Mundo. A visualização dos artigos publicados e que apontam para problemas graves em alguns países e para onde a referida Associação diz encaminhar dinheiro obtido nas campanhas de angariação de fundos, suscitaram-me as seguintes perguntas:
- Quantos são os afectados pela lepra em Portugal? Quais as suas principais dificuldades? Que apoios lhes são prestados?
- Ainda existem leprosarias a funcionar? Quantas? Têm Carências? Quais?
- A Lepra em Portugal está controlada? Haverá necessidade de nos mantermos alerta para um possível surto da doença? Como?
Atendendo a que na Internet os números disponíveis e que apontam para um total de cerca de um milhar e meio de leprosos, estão em artigos desactualizados e têm por fonte a mesma Associação que publica a citada revista, encaminhei um e-mail para um dos seus núcleos, solicitando informação sobre o Panorama da Lepra em Portugal, pois pareceu-me ser esta a instituição que melhor poderia estar por dentro da monitorização da doença, até porque possui vários núcleos espalhados pelo país, mas não obtive qualquer resposta. Todavia uma outra entidade a quem eu solicitei a mesma informação, fez o favor de enviar a seguinte resposta:
(...)
De acordo com o e-mail de V. Excia., informo que neste momento (já alguns anos), não há dados sobre a Lepra, pois não há casos que justifiquem, até a Direcção Geral da Saúde para a Lepra foi extinta.
(...)
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Esta informação em conjunto com a ausência de resposta da Associação, que parece ter o monopólio da Lepra em Portugal, suscitaram-me um turbilhão de pensamentos, contudo, não quero acreditar que os números divulgados referentes ao número de afectados possam estar inflacionados com o propósito de alarmar a população no sentido de fazerem com que esta seja mais benemérita nas campanhas de angariação de fundos.
Chapéus de Chuva
Naquele dia chuvoso, João Trovão chegou a casa, colocou o chapéu no chapeleiro e expôs a Maria Relâmpago, uma ideia revolucionária que lhe surgiu: - Querida!... Vou ter que criar uma Associação!...
Estupefacta, Maria Relâmpago reage:
- Uma associação? ... Associações, Institutos, Fundações, Movimentos, Federações e Confederações é coisa que por aí não falta ... e muitas vezes até há várias que se dedicam à mesma temática e fazem o mesmo tipo de trabalho ...
- Pois é!... Mas não há nenhuma que impeça as injustiças de que são alvo os chapéus de chuva!
- O quê?
- Isso que eu te disse! É preciso criar a “Associação Nacional para a Defesa dos Chapéus de Chuva”!
- Eh! Até já tens o nome para a Associação e tudo!
- Oh! Até já tenho o lema para uma campanha ... mais ou menos isto ... “O Chapéu de Chuva é seu amigo! Proteja-o! ... Não o abandone!!...”
- E já tens mais alguma coisa pensada?
- Já pensei em algumas frases para usar na conferência de imprensa de apresentação da organização ... olha só ...
“A imensa tristeza que nos assola, ao ver a forma pouco respeitosa como têm sido tratados os chapéus de chuva faz-nos emitir o presente comunicado.” ... e ...
“Depois de passarem o tempo a ser abertos, a serem molhados com o nobre objectivo de proteger os seus proprietários, quando as suas varetas enferrujam ou se partem, quando o seu pano se rasga ou pura e simplesmente o seu design fica fora de moda, vêem-se desprotegidos e quantas vezes abandonados junto dos caixotes do lixo ou em plena via pública.” ... ou ainda ...
“Porque é preciso mudar as consciências, fazemos um apelo no sentido de que se protejam os chapéus de chuva e que se criem condições para que estes jamais sejam abandonados, porque se continuarmos neste caminho, não tardará muito para que os chapéus de chuva deste país se vejam tratados de forma igual aos animais ou, mais grave, até mesmo pior que as pessoas idosas.” ...