Descobri!...
João Trovão relaxa a mente e o corpo ... tentando decifrar os enigmas de um vulgar livrinho de passatempos ...
Quando repentinamente se levanta e grita:
- Yes! Yes! ... Descobri!
E pulando e socando violentamente a mesa e as paredes, grita ainda mais forte:
- Eu! Eu! Eu descobri! ... Yes!...
Esta reacção de João assustou Maria Relâmpago que aspirava o quarto do fundo, mas nem a distância nem o som do aspirador conseguiu abafar as palavras euforicamente gritadas pelo seu esposo. Maria desliga o aspirador e corre para João e afim de se inteirar do que se passa pergunta-lhe:
- João! Descobriste o quê? A chave do Totoloto, do Totobola ou do Euromilhões?
- Deixa-te de perguntas idiotas!... Eu descobri algo que intriga a generalidade dos portugueses, mas principalmente os adeptos do Porto!
Apesar de não ser entendedora do fenómeno desportivo, Maria fica curiosa e insiste:
- Eh! E que coisa assim tão importante é essa?
- Querida! Eu conclui agora mesmo, como é que chegaram à conclusão que o Futebol Clube do Porto terá sido o clube mais beneficiado com a corrupção no futebol português! ... Lá com aquela coisa do “Apito Dourado” ...
- Bem! Tu estavas a preencher as palavras cruzadas, a descobrir as diferenças, a descodificar o sudoku, a descortinar charadas, a ...
- Já disseste a palavra chave! ... Querida! “Charada” é a palavra chave!
Confusa, Maria Relâmpago pede a João Trovão:
- Sabes que mais! Não estou a perceber nada! ... faz-me o favor de explicar isso de maneira a que eu te entenda?
João senta-se, respira fundo, espreguiça-se e começa a dissertar:
- Então é assim! Deve haver um inspector da Policia Judiciária ou um Membro do Ministério Público ... ou outra coisa desse género ... que é marado por charadas ...
- Assim como tu?
- Maria! Eu estou a explicar! Fazes-me o favor de não me interromper?!
- Sim! Vai! ... Continua ...
- Esse polícia, ou lá o que seja, marado por charadas, para colocar as suspeitas sobre o FCP, deve ter raciocinado mais ou menos assim ... um resultado desportivo resultante de um acto de corrupção, é um resultado corrupto ou seja, cozinhado ... se foi cozinhado, quer dizer que antes estava “cru” ... ora se falarmos em termos de letras ... temos que, se retirarmos as letras de “cru”, “c”, “r”, ”u” a “corrupto”, sobram estas “o”, “r”, “p”, “t”, “o”...
- Ooh! ... Rica coisa! Isso não quer dizer nada!
- Não quer dizer nada ... porque não queres pensar! ... porque se alterares ligeiramente a ordem das letras ... facilmente obténs “porto” ...
... A verdadeira verdade sobre o documento
A divulgação, no dia 17-08-2007, pela estação televisiva SIC, de extractos de um documento anónimo com o timbre da Polícia Judiciária em que é posto em causa o bom nome de pessoas e instituições, sem o necessário cruzamento de fontes, nem uma prévia e necessária investigação jornalística sobre o seu teor, numa clara demonstração de que se é coisa que pode dar escândalo, primeiro transmite-se e depois logo se vê se é verdade ou não, levou a que a SIC tivesse recebido um pedido de direito de resposta da jornalista Leonor Pinhão em que esta garante serem falsas as acusações de que é alvo no referido documento.
No dia 18-08-2007 podia ler-se na página 214 do teletexto da SIC a seguinte informação:
Dossiê anónimo “é uma falsificação” Investigador garante que é forjado o timbre da PJ utilizado no documento O documento conhecido por “apito encarnado” é uma falsificação. Numa entrevista à SIC, um dirigente da Associação Sindical do Funcionários de Investigação Criminal garante que é forjado o timbre da Judiciária que encima as páginas do dossiê anónimo. |
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Entretanto, seguindo a mesma linha de conduta dos autores do documento, afirmamos que à nossa redacção chegaram informações confidenciais, de fonte segura, que asseguram como certo estar a ser desenvolvida uma investigação pormenorizada às pastas entregues na PGR - Procuradoria Geral da República e noutros órgãos.
Em todas as pastas, quase em todas as páginas , a Polícia Judiciária encontrou vestígios de muco nasal, algo que numa analise superficial revelou de imediato que por trás da elaboração ou da distribuição do documento estão ranhosos, todavia a crença de que não se trata de uns ranhosos quaisquer terá mesmo levado a que os vestígios de secreção das
mucosas nasais encontrados tenham seguido para o laboratório de Birmingham, o mesmo para o qual seguiu o sangue encontrado no Algarve e relativo ao caso Madeleine McCann. Num contacto com o laboratório inglês, o porta-voz do mesmo adiantou à nossa redacção que tudo indica tratar-se de ranho de alguém que em jovem foi expulso de um internato por algo que não terá sido um comportamento exemplar e que agora é presidente de um clube português, alguém que detesta que façam humor recorrendo à sua figura, mas não concretizou a quem se referia, julgamos que tal se deve ao receio de que lhe possa ser movida uma perseguição pessoal, algo em que esse dirigente parece ser perito.