Saudável?!
Discurso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de assinatura de atos do Ministério do Meio Ambiente Rio de Janeiro-RJ, 01 de agosto de 2008 Meus amigos e minhas amigas, Meu caro companheiro Sérgio Cabral, governador do estado do Rio de Janeiro, Ministros que me acompanham, Ministro Minc, Secretários do governo do Rio de Janeiro, Nossos companheiros e companheiras representantes dos bancos oficiais, Companheiros e companheiras que trabalham tão bem no Brasil essa questão climática e a preservação da nossa Amazônia, Primeiro, quero dizer a vocês que o Minc já fez o discurso que eu ia fazer. Acho que ele leu ou mandou informações para o pessoal preparar o meu discurso, e depois leu o meu discurso. Não tem sentido eu falar. Quero apenas dizer, Minc, que o Brasil certamente assumirá todas as responsabilidades pela preservação da Amazônia, por combater a questão do aquecimento global, porque o Brasil quer, definitivamente, assumir não apenas as responsabilidades, mas assumir a soberania no seu território amazônico e a soberania nas nossas decisões. Vira e mexe, eu viajo para algum país e tem muita gente que, muitas vezes, fala da Amazônia como se fossem donos da Amazônia. Não têm nem a sensatez de conversar, dando um conselho. Conversam quase como se estivessem dando palpite sobre a Amazônia. Nós temos consciência do que a Amazônia representa para a Humanidade, para o Brasil, temos consciência da riqueza da biodiversidade, da quantidade de água doce que está dentro do território nacional brasileiro e, ao mesmo tempo, temos consciência de que precisamos fazer as coisas que precisam ser feitas. Afinal de contas, a espécie humana evolui politicamente, ambientalmente, economicamente e socialmente a cada dia que passa. Hoje todo mundo começa a compreender, no Brasil, que há uma grande vantagem comparativa para a disputa global que o Brasil faz todo santo dia, se nós tivermos como cartão postal, como cartão de visita, as coisas boas que a natureza nos deu. Destruí-las será um instrumento a ser utilizado contra o nosso País e contra os nossos produtos. Eu queria, Minc, lhe dar os parabéns porque durante toda a minha vida política... Apesar de nem sempre isso ter sido dito assim – sempre tentaram vender a minha imagem diferente do que eu era, na verdade – eu acho que um bom acordo é sempre melhor do que uma demanda desnecessária. Essa sua atitude de procurar os setores que têm atividades econômicas ligadas à questão das nossas florestas e estabelecer acordo com eles de que “nós não vamos vender madeiras que não estejam legalizadas, mas vamos vender mais, para vocês não poderem comprar a clandestina”. Eu acho que é uma coisa extraordinária fazer acordo com os nossos criadores de gado, dizendo “nós vamos recuperar as terras degradadas e vamos fazer nelas a política de reflorestamento que tanto a indústria precisa”; procurar outras pessoas e tentar mostrar que é melhor para a imagem do País, é melhor economicamente para os seus produtos fazer as coisas direito e poder transitar em todos os foros internacionais de cabeça erguida e com a sensação do dever cumprido. Nem todo mundo cumpre com o seu dever. O Protocolo de Quioto já está assinado há muito tempo e muitos países que, muitas vezes, tentam dar lição ao Brasil, sequer assinaram o Protocolo. Fui agora ao G-8, estávamos discutindo a questão climática e fica uma discussão um pouco vazia, em que todo mundo... porque é assim Minc, você não vê políticos falarem mal de pobre em época de eleição, falam mal de banqueiros, menos dos bancos que estão aqui, não falam mal da Caixa Econômica, do Banco do Brasil, do BMB, do (inaudível) e do BNDES. Você não vê político falar mal de criancinha e também não vê político falar que vai poluir. Tem gente que é tão radical que quando você fala: “é preciso cuidar do meio ambiente”, ele fala: “não, eu vou cuidar do ambiente inteiro. Meio ambiente para mim é pouco”. Nessa reunião do G-8, a discussão estava mais ou menos assim: todo mundo quer cuidar do planeta, quer despoluir, quer preservar... Eu, por acaso, estava com um documento de um instituto de pesquisa energética dos Estados Unidos, essas coisas que Deus, de vez em quando, faz acontecer, apareceu na minha mão, ainda no meu gabinete, mas não por conta da minha viagem a Tóquio. Na hora em que fui falar, Minc, eu fiz a seguinte pergunta: “Em que fórum – estavam lá o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o Presidente do FMI, o presidente do Banco Mundial – o G-8 mais China, Índia, Brasil e México vão se reunir para deliberar as responsabilidades de cada um?” Só é possível deliberar as responsabilidades de cada um se nós soubermos qual a responsabilidade de cada um, ou seja, quem polui o quê? Quem, na verdade, trabalha emitindo gás efeito estufa? Peguei o estudo e estava escrito assim: emissões de gás efeito estufa em 2005 no mundo, 28 bilhões de toneladas. Responsabilidades: desses 28 bilhões, os Estados Unidos tinham a responsabilidade por 21%. China tinha a responsabilidade por 18% e o Brasil só tinha a responsabilidade por 3.9%. Depois tinha um outro dado que dizia: a emissão de gás por quilômetro quadrado. Os Estados Unidos emitiam 70 toneladas por quilômetro quadrado e o Brasil apenas 1.9 tonelada. Foi uma coisa interessante, por que começaram a perguntar, o nosso amigo Gordon Brown perguntou: “E a Inglaterra?” O Sarkozy: “E a França?” E eu tinha dados de todo mundo e fui dizendo: Se você não tiver os dados concretos e objetivos, você não sabe. Embora a China tenha 18%, a verdade é que a responsabilidade da China com a poluição do planeta é menor do que a dos americanos porque a China começou a poluir há menos tempo e os americanos, desde o século XIX. A responsabilidade histórica é maior para alguns. O desenvolvimento industrial inglês começou no século XIX, bem antes do nosso. Então é preciso que haja um processo de reparação de danos cometidos no planeta. É difícil porque envolve dinheiro. Nem todo país tem condições de fazer. Mas se a discussão for séria, então precisamos colocar o que cada um faz no mundo. Um país como a Holanda, por exemplo, proporcionalmente, polui dez vezes mais que o Brasil. Está no relatório. Nós vamos aperfeiçoar esse relatório para que a gente possa fazer do debate uma coisa mais magnânima, com um conhecimento de causa muito maior. Porque, senão, Minc, daqui a pouco aparece alguém dizendo que tem cana na Amazônia. Daqui a pouco aparece alguém dizendo que são os biocombustíveis que causam problema no aumento do alimento. Nós não temos o direito de aceitar as mentiras, não temos o direito de aceitar as mentiras. Por isso, nós estamos convocando um grande encontro internacional, nos dias 20 e 21 de novembro, com cientistas, governos, embaixadores, ONGs, para discutir os efeitos positivos ou maléficos da questão do biodiesel e os efeitos disso na Amazônia. Podem ficar certos de que o Brasil vai cumprir com as suas obrigações. Nós queremos falar grosso. Comecei a reunião, Minc, dizendo o seguinte: eu venho de um país que tem 85% da sua energia elétrica limpa; que tem 46% de toda a sua matriz energética limpa; que coloca 25% de etanol na gasolina há muitos anos; onde 90% dos carros novos vendidos no mercado interno são flex fuel; e venho de um país que ainda tem 64% das suas florestas de pé. Quem é que pode ter esse discurso no G-8? Não podem ter. Eu acho, Minc, que essas coisas que estamos fazendo, esse Fundo que eu espero que não seja contingenciado... Caiu na mão do BNDES... Penso que vai ser um passo extremamente importante, e acho que você é um dos ministros, Minc, que precisa começar a viajar um pouco para o exterior porque nós precisamos começar a falar as coisas que nós temos como elas são, e não como os outros pensam que elas são. Queremos explorar a nossa rica biodiversidade sem pirataria, queremos que os nossos cientistas possam adentrar e pesquisar. Não precisa ninguém vir roubar aqui a nossa biodiversidade. Acho que nós, inclusive, vamos dar passos importantes. A proposta que fizemos para a França, de criar um instituto de biodiversidade aqui na Amazônia, uma coisa mais forte, mais poderosa, em que os nossos cientistas tenham todas as vantagens do mundo para pesquisar a nossa Amazônia... Você vinha me dizendo no avião: “Não adianta mais o Brasil ficar fazendo reserva florestal, se depois a gente não tem quem tome conta”. Se vamos fazer reserva florestal, vamos abrir para que as pessoas possam visitar, possam conhecer, possam pesquisar. Vamos fazer desse patrimônio que a natureza nos deu, a possibilidade de melhorar a vida das pessoas para tomarem conta daquilo. Penso que o dia de hoje é extremamente importante para um país ainda muito novo, mas, ao mesmo tempo, que tem muitas responsabilidades com a questão climática porque, nas nossas costas, Deus colocou muita floresta, muita água, muita fauna, e eu acho que isso tem que ser visto por nós como um benefício, e não como um malefício, como alguns tentaram fazer pouco tempo atrás. Meus parabéns, Minc, e obrigado pela presença de todos vocês. |
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